02 novembro 2006

Saudade de quando comecei a escrever...


Não que eu seja incrível agora, tô tão no começo que é até bobagem, mas sinto saudade de quando comecei a escrever, a ter idéias e pôr no papel. Eram muitas, e eu escrevia sempre numa máquina de escrever Olivetti, mais anos 80 que ela só mullets. E, cara, como aquilo era ruim. Nossa, era um texto pior que o outro. Meu, que vergonha! Deus, eu gastei pobres árvores pra fazer aquilo lá, me perdoe! Anos depois, como se fosse um esqueleto no armário, me livrei das histórias, amassei e joguei pela janela do 8º andar - defenestrei sem dó (puts, finalmente uma desculpa pra usar esse verbo) - e apaguei isso do meu passado. As páginas cairam no telhado da frente e as vi serem carcomidas pela chuva e pelo vento até não sobrar nada. Depois pensei que poderia ter reciclado. Mas nenhuma árvore veio me repreender por esse ato leviano e violento. Peço descuplas. Pricipalmente às araucárias (gosto desse nome). Mas sinto falta porque o que hoje é meio normal, antes era aprendizado - brincar com as palavras. Ainda é muito bacana, mas antes eu falhava e não sabia, era pura diversão. Bom, não para os vizinhos, já ouviram a barulheira que uma máquina de escrever faz?
Texto e Imagem: Rafael de Oliveira